Eu sei que essa uma afirmação que em tempos de tanta violência pode causar muita estranheza.
Não menos estranheza causou a um pouco mais de uma década atrás quando grafei esse passo no manifesto. Os antropafagistas de 22 e depois os tropicalistas de 70, entre outros, gostam bastante de laurear a graça de deglutir o estrangeiro para assim ( como faziam os nossos índios) tirar para si o melhor que eles trazem em si e com o que temos fazer uma arte nacional e original. Mas nós não éramos tão meticulosos para entrar em uma empreitada tão complicada. Preferimos roubar o que nos agrada para assim melhorar o que é nosso. Para explicar melhor enfeitar o pavão com a pena dos outros.
Roubamos falas de pessoas na rua, frases pixadas em muros...citações de livros ...enfim roubamos. Mas uma vez lançamos mão de uma palavra para causar impacto. Não é bem roubo, é desapropriação. Tudo que está no ar nos pertence, e muitas vezes está nas mãos de quem não faz uso dessa perola, é como uma terra improdutiva. Vamos tomar, roubar...pois é bom e necessário!
Victor Viana @VianaBuzios