Livro de Victor Viana. O Menino do Guarda Chuva - Uma Historia de Búzios.

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Um pouco mais da tosquesa esverdeada de um poema. ( Texto copiado do face Book de Victor Viana ) Por Esmael Carolho.

Existe um modelo clássico de arte ( Não é uma critica, é só uma constatação ) que está sempre calcado nos pilares de um ideal de pureza greco-romano ou cristão-judaico. Isso é algo natural, visto estas influencias estarem nas raízes do ocidente. Mas há como poesiar estando fora dessas influencias? Seria possível isso a pessoas nascidas e criadas nesse contexto? “Uma beleza clássica! Uma bundinha perfeita!”, acho que ouvi alguém dizer isso em um filme. Mas daria para poemar sobre uma bundinha imperfeita? Mas o próprio conceito de perfeição não é questionável, como já conversamos parcialmente na reflexão “O feio é belo’? Em “O verde livro tosco” eu não reflito sobre nada disso em um plano filosófico, não esperem isso deste livro. Tudo isso que acabei de dizer está lá apenas de forma estrutural...apenas...é uma poesia verde ainda e escrita de forma muito tosca, como seria de se esperar já que esse é o nome do livro.


Com se divide um livro verde:

Eu dividi o livro em três tominhos. O que é tominhos? Tominho vem de tomos! È tipo assim, “Esta obra de Platão é dividida em 300 tomos!”, entendeu? O meu é dividido em 3 tominhos rsrsrsrsrsr. È só isso!


Como se organiza uma poesia tosca:


Cada tominho contem três fazes de um mesmo projeto poético ( Um projeto em desordem, bem Nova Ordem ) .

• O primeiro tominho é uma poesia solta, solta mesmo, sem métrica, pontuação, acentuações casuais... há rimas, mas nem sempre elas rima, entende? Também não há conteúdo. Como assim? O que digo não tem conteúdo, não tem discurso talves explique melhor. São só palavras, aliniterações, anomatopeias, cacofonias e outros espasmos. Vejam um pouco do que estou tentando explicar:

Sombras brincos
Duvidas brincam
Claras bem leves
Todos os na saudade
Dias claros das palavras
De sombra ditas ao pé da orelha



Regras do ramo
Tempos o mais bonito
Caminhos brota flor
Infinitos brota amor

Percorro de multicor
Ao sul corte indolor
A vida A morte


Pinos frouxos
Loucos botões
Da blusa
Azul aberta





Deste um sonho
Condenado
Fado árduo
Que perdeu-se
Nova ordem
Sonda-me
No escuro
Que sou eu


Mais um pouco do tominho 1 do Verde Livro Tosco:




Eu pedi
Mas não recebi
O seu coração
Se foi
Na nova tristeza
Que há
Eu sei
Que sei
Que há o
Seu coração
Que se vai


Porta batendo
Inferno inferno
Me corroendo
Dentro a dentro
Dentes rangendo
Porta arrombada
Inferno eterno


Vou a casa
De quem
A casa de
Quem me quer
Espero estar lá
O quem me quer



Pessoa
Que ressoa nos
Meus ouvidos
Pessoa
Eu queria-te
Eu seja-te para mim


Suma solução
Vã é tu
Oh pensação
Que arde a cuca
Desorienta o coração






Cuida coisa
Com tudo
Tudo na mão
E serás tão
Imensidão

Agora chega, vamos ao tominho 2 :


• O Segundo tominho já há uma reflexão, alguma tentativa de expressar alguma coisa, mas tudo está meio verde ainda, já não é tão tosco quanto no primneiro tominho, mas não está pronto...quer dizer e pensa que diz alguma coisa...mas está verde ainda. Vejamos:




Ela gargalhava

Tomava na cara
Gargalhava
Tomava na cara
Comia bostas
Gargalhava
E tomava na cara












Absurdo
Um buraco no céu
Absurdo
O surdo
Céu
Sem buraco
Surdo
Surjo
Sujo
Subo
No buraco do céu
Absurdo
Um insulto
Envolto
Num céu
absurdo






Você brota no escuro
Flor da madrugada
Você desperta no breu
Sol da meia noite
Eu lhe vejo da janela
Da janela eu te quero
Sim mulher te quero
Te quero mulher te quero
Luz sem fonte
Que ilumina a rua
Como um espectro
De virgem
Que em meus sonhos
Aparece nua











A morte da estrela

Estrela morrendo
Em que universo alem?
Sopro nas narinas de barro.
Big bang!
Um universo em expansão
O fim virá?
O que havia antes de Deus
Acordar?
<<>>
desatinos da ciência
Big Bang!
O tempo do mundo
Não é o tempo do meu coração.







O finale

Você vinha
Como quem
Não vinha

Beijando-me
Sem boca
Alito, língua
Saliva

Tentei te abraçar
Mas era feita
De fumaça

Me senti
Romântico e bobo

Acho que sofri



Meu coração de pomba
Sacoleja solitário
No grande espaço
Da minha caixa
Torácica

















• O terceiro tominho quebra toda essa falsa idéia que talvez estivesse passando por sua cabeça de que havia um caminho de evolução no “Verde Livro Tosco”. Não há. O terceiro tominho são poemas símbolos. Sim, há uma influencia de poesia concreta. Sim há por que fingir que não, negar? Líamos sim poesia concreta, não só os irmãos Campos, como também gostávamos muito do que Arnaldo Antunes produziu na década de 90, tanto em livro como em musica e letra.























Acho que esse poema nem é tão concreto assim, mas eu o acho maneirinho:

Sol Nascente
Sol

Sol
Sol

Sol de manhãzinha
Sol de 11 horas
Sol Meio dia
Sol uma da tarde
Sol da tardinha
Sol
Sol
Sol
Sol poente






Esses são alguns dos poemas que compões os três tominhos do Verde Livro Tosco. Não é verdinho? E não é tão adoravelmente tosco?



OBS: vocês devem ter reparado que pouquíssimos poemas tem nome. Eu tenho essa dificuldade alem de muitas outras como dificuldade para dormir e acordar cedo. Naldo Márquez um dia me disse para numerar os poemas, já que não tinha nomes e era difícil se situar sobre eles assim. Naldo Márquez é um cara pratico.

Victor Viana

www.curingadebuzios.blogspot.com
www.movimentonovaordem.blogspot.com

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