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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Palavrão é Arte!
























Palavrão é arte

Esse passo, se me lembro, não causou espanto em nenhum dos envolvidos diretamente no movimento. Acho que todos já intuíam isso de alguma forma e quando foi proposto, por sei lá quem, todos compreenderam a importância dele prontamente: “Sim, palavrão é arte!”.
Mas aos amigos, jovens e coroas, houve certo desconforto sobre esse passo. Palavrão é arte? Palavrão é algo inconveniente e não é de bom tom. Sim realmente palavrão não é de bom tom. Mas espera ai, como assim eu digo que é arte e depois digo que não é de bom tom...
O palavrão não é arte, é agressivo e anti-social, quando dito em momentos de violência real ou em desrespeito ou ofensas a um individuo. Mas no campo da arte é o que afirmamos ser no manifesto Nova Ordem por ser algo que abre portais de emoção tanto na literatura quanto em letras de musica e afins. O palavrão não consegue ser arte quando é posto de forma gratuita em determinada situação ou quando é posto fora de um contexto que o caiba. Em um capitulo louco do livro “Nas Pernas do Longo Rio” do mestre Nelson Coelho, um personagem está narrando as maravilhas de um dia de sol na praia e ele exclama: “ Puta que pariu! Como estou feliz! “ o palavrão rompe a monotonia de uma discrição comum sobre um dia de sol e abre espaço a um mergulho humano nessa cena quase que prosaica.Dando mais um exemplo posso citar um caso em que meu irmão mais novo gosta de imitar uma passagem do filem “Cidade de Deus “ em que o personagem Zé Pequeno vira-se para seu bando e diz: “ Porra! To fudido com vocês!”,a cena diverte meu irmão por esta frase estar sendo dita pelo ator com um sotaque e uma dicção que nos faz rir retirando do palavrão uma carga negativa ou pesada. Zé Pequeno é um personagem mau, não há como se gostar dele em todo o curso do filme, mas nesse momento do palavrão Zé Pequeno é humanizado. O palavrão dá a ele um ar de graça ( quase que no sentido religioso mesmo ) e mais do que isso abre uma parêntese ( mesmo que breve ) onde o espectador se identifica com o mostro, que até ali, era só o que se podia ser visto.

Visto por este ponto o palavrão é uma contribuição a arte e é arte. Quando dá realidade a uma cena que seria apenas cena, ou quando abre o já dito portal de emoção que faltava a um personagem ou situação que poderia estar ideal ou politicamente correta demais.

Ainda haverá com certeza muito ainda que se dizer sobre este passo, e muito a se mostrar do que foi produzido pela própria Nova Ordem.

Victor Viana





Um poema da epoca de fundação do movimento:


Há muito tempo não mexo nesses papeis, mas me animei com esse papo de desenterrar uma faze muito boa do meu passado. Aqui vai um poema que finalizava o meu primeiro livro o “Atravessando a ingênua espera”. Chamo os poemas dessa época de “Poemas da fase adolescente... espero que gostem:Poetica


Delicado: Julguei que o poema fosse flor,mas não.
O poema é bosta, é fezes e é cocô.
Delicado: Julguei que o poema fosse frescor.
Porra nenhuma!O poema é calor do inferno e não traz paz.
Sofro muito quando escrevo.
Pois o poema é faca.Faca no bucho.
è cigarro aceso de baixo das unhas.
delicado: Julguei que o poema fosse aroma de alfazema.
Alfazema é os diabos!
O poema é um orificio ferido e fedido.
O poema...O poema é cú.
Bem éssa era a conclusão do meu livro... eu era um adolescente...

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